Nesta seção, divulgaremos artigos sobre avaliação pré-anestésica (APA) e temas correlatos.
Lista de artigos
Modelos de fichas de Avaliação Pré-Anestésica em pdf
Você já passou pela situação de ter que fazer uma consulta pré-anestésica, mas não ter a ficha para fazê-la?
Já teve que pesquisar no Google e teve dificuldade de achar algum arquivo em pdf de um modelo de avaliação pré-anestésica?
Para quem assina um sistema de APA digital como o nosso – www.avaliacaopreanestesica.com – isso não é um problema, uma vez que você pode acessar de qualquer dispositivo 24h por dia e compartilhar facilmente o pdf.
– Veja como fica o nossa ficha preenchida:
Baixar ficha de avaliação pré-anestésica preenchida
– E aqui está nossa ficha em branco: (esteja ciente de que por ter sido impresso direto do sistema, sem digitar nenhum dado, alguns campos podem parecer fora de ordem)
Baixar ficha de avaliação pré-anestésica em pdf (em branco)
Anestesia em pacientes portadores de Marcapasso
O objetivo aqui é trazer um resumo das principais recomendações para o manejo perioperatório dos pacientes portadores de Marcapassos (MP) e Cardiodesfibriladores implantáveis (CDI).
Durante o procedimento cirúrgico, a função do MP e CDI podem ser alterados por interferência eletromagnética, mais comumente pelo uso do bisturi elétrico, por conta disso é importante que alguns cuidados sejam tomados, para minimizar o risco de intercorrências.
Recomendações:
– Quando possível, usar bisturi elétrico ultrassônico.
– Se apenas o eletrocautério unipolar estiver disponível, então a placa do bisturi deve ser colocada o mais distante possível dos eletrodos do MP e de modo que o caminho da corrente não passe através do gerador.
– Usar pulsos curtos, intermitentes e irregulares nos menores níveis possíveis de energia para minimizar os efeitos hemodinâmicos da inibição do MP
– Não usar imã, porque não há resposta geradora de pulso uniforme para essa manobra.
– Eletrocautério pode causar ruído eletromagnético no eletrodo sensor do CDI que é detectado como fibrilação ventricular e pode levar ao choque inapropriado. Portanto, a detecção e o tratamento podem ser programados para off durante a cirurgia e para on após a cirurgia; desfibriladores externos devem ser usados no intraoperatório em caso de TV/FV.
– Medicamentos de emergência (inotrópicos e cronotrópicos) devem estar disponíveis.
– Monitoração contínua e cuidadosa do paciente é importante tanto no intra quanto no pós-operatório imediato.
– O dispositivo deve ser sempre verificado após a cirurgia.
Fontes:
Chakravarthy M, Prabhakumar D, George A. Anaesthetic consideration in patients with cardiac implantable electronic devices scheduled for surgery. Indian J Anaesth 2017;61:736-43.
Sameera V, Pandia MP, Bindu B, Goyal K. Anesthetic considerations and successful management of a patient with permanent pacemaker for cervical spine instrumentation. Saudi J Anaesth 2018;12:634-6.
Rapsang AG, Bhattacharyya P. Marcapassos e cardioversores desfibriladores implantáveis – considerações gerais e anestésicas . RBA 2013
Anestesia em pacientes portadores de Esclerose Múltipla
Novo artigo em breve
Peridural, Raquianestesia e anticoagulantes
Cada vez mais frequentemente, em nossas consultas pré-anestésicas, nos deparamos com pacientes em uso de anticoagulantes. Associado a isso, a cada dia entra no mercado novos fármacos anticoagulantes. Baseado nisso, resolvi publicar um resumo da Diretriz Atualizada de Anticoagulantes e Anestesia Regional, publicado pela SBA em 2020 (Fonseca NM et al.) reorganizado e reestruturado para facilitar o entendimento e acelerar a procura das medicações:
– Trombolíticos (Estreptokinase, Urokinase)
Recomendação: Evitar bloqueio
– Heparina de Baixo Peso Molecular (HBPM)
– Enoxaparina (profilática), Deltaparina 5000 U.dia-1 (profilática), Tinzarapina (profilática), Nadroparina (profilática)
Intervalo entre última dose e bloqueio: > 12 horas
Intervalo entre última dose e retirada de cateter: > 12 horas
Intervalo entre punção e próxima dose: >12 horas
Intervalo entre retirada do cateter e próxima dose: > 4 horas
– Enoxaparina (terapêutica), Deltaparina 200 U.kg—1.dia—1 ou 120 kg 2 × /dia (terapêutica), Tinzarapina 175 U.kg—1.dia—1 (terapêutica), Nadroparina 86 U.kg—1 2 × /dia ou 171 U.kg—1.dia—1 (terapêutica)
Intervalo entre última dose e bloqueio: > 24 horas
Intervalo entre última dose e retirada de cateter: > 24 horas
Intervalo entre punção e próxima dose: >24 horas se cirurgia com baixo risco de sangramento pós-operatório e > 48 horas se alto risco
Intervalo entre retirada do cateter e próxima dose: > 4 horas
– Heparina NãoFracionada (HNF)
– HNF EV
Intervalo entre última dose e bloqueio: 4-6 horas (verificar se coagulação está normal)
Intervalo entre última dose e retirada de cateter: 4-6 horas (verificar se coagulação está normal)
Intervalo entre punção e próxima dose: 1 hora
Intervalo entre retirada do cateter e próxima dose: 1 hora
– HNF 15.000 U.dia-1 (profilática – baixa dose)
Intervalo entre última dose e bloqueio: SC 4-6 horas
Intervalo entre última dose e retirada de cateter: SC 4-6 horas
Intervalo entre punção e próxima dose: 1 hora
Intervalo entre retirada do cateter e próxima dose: 1 hora
– HNF 7500 – 10000 U 2 × /dia ou dose diária < 20000 U (profilática – alta dose)
Intervalo entre última dose e bloqueio: SC 12 horas
Intervalo entre última dose e retirada de cateter: SC 12 horas
Intervalo entre punção e próxima dose: 1 hora
Intervalo entre retirada do cateter e próxima dose: 1 hora
– HNF > 10000 U por dose ou dose diária > 20000 U (terapêutica)
Intervalo entre última dose e bloqueio: SC 24 horas
Intervalo entre última dose e retirada de cateter: SC 24 horas
Intervalo entre punção e próxima dose: 1 hora
Intervalo entre retirada do cateter e próxima dose: 1 hora
– Agentes antifator Xa
– Fondaparinux (Arixtra®) — EV
Intervalo entre última dose e bloqueio: 36-42 horas
Intervalo entre última dose e retirada de cateter: 36-42 horas Não instalar cateter. Dose inadvertida: 2 meias-vidas
Intervalo entre punção e próxima dose: 12 horas
Intervalo entre retirada do cateter e próxima dose: 12 horas
– Rivaroxabana (Xarelto®), Apixabana (Eliquis®), Edoxabana (Lixiana®, Savaysa®), Betrixabana (Bevyxxa®) -VO
Intervalo entre última dose e bloqueio: 72 horas
Intervalo entre última dose e retirada de cateter: 36-42 horas Não instalar cateter. Dose inadvertida: 2 meias-vidas
Intervalo entre punção e próxima dose: 6 horas (Betrixabana 5 horas)
Intervalo entre retirada do cateter e próxima dose: 6 horas (Betrixabana 5 horas)
– Inibidores diretos da trombina (agentes anti- fator IIa)
– Desirudin (Revasc®), Bivalirudin (Angiomax®), Argatrobana (Acova®)
Recomendação: Evitar bloqueio
– Dabigatrana (Pradaxa®)
Intervalo entre última dose e bloqueio:
ClCr < 30 mL.min-1: não fazer;
ClCr 30-49 mL.min-1: 5 dias;
ClCr 50—79 mL.min-1: 4 dias;
ClCr > 80 mL.min-1: 3 dias;
ClCr desconhecido: 5 dias
Intervalo entre última dose e retirada de cateter: Não instalar cateter. Dose inadvertida: 2 meias-vidas
Intervalo entre punção e próxima dose: 6 horas
Intervalo entre retirada do cateter e próxima dose: 6 horas
– Antagonistas da vitamina K – Warfarin
Intervalo entre última dose e bloqueio: 5 dias com RNI ≤ 1,5
Intervalo entre última dose e retirada de cateter: Retirar se RNI < 1,5 (se foi reintroduzido pode ser retirado entre 12 e 24 horas após – – Risco desconhecido se 48 horas após reintrodução)
Intervalo entre punção e próxima dose: Logo após punção
Intervalo entre retirada do cateter e próxima dose: Logo após retirada do cateter
– Antiplaquetárias – Antiinflamatórios não esteroidais (AINES) – Aspirina, ibuprofen, diclofenaco e indometacina
Recomendação: Sem restrições. Cautela com uso concomitante de outros medicamentos que afetam coagulação.
– Antiplaquetárias Tienopiridinas (Inibidores P2Y12)
– Ticlopidina (Ticlid®), Clopidogrel (Plavix®)
Intervalo entre última dose e bloqueio: Ticlopidina (10 dias), Clopidogrel (5-7dias)
Intervalo entre última dose e retirada de cateter: Cateter pode ser mantido por no máximo 48 horas desde que não seja feita dose de ataque
Intervalo entre punção e próxima dose: 24 horas
Intervalo entre retirada do cateter e próxima dose: 24 horas
– Prasugrel (Effient®)
Intervalo entre última dose e bloqueio: 7 a 10 dias
Intervalo entre última dose e retirada de cateter: Não instalar cateter
Intervalo entre punção e próxima dose: 24 horas
Intervalo entre retirada do cateter e próxima dose: 24 horas
– Antiplaquetárias (Inibidores ADP)
– Ticagrelor (Brilinta®)
Intervalo entre última dose e bloqueio: 5 a 7 dias
Intervalo entre última dose e retirada de cateter: Não instalar cateter
Intervalo entre punção e próxima dose: 24 horas
Intervalo entre retirada do cateter e próxima dose: 24 horas
– Cangrelor (kengreal®)
Intervalo entre última dose e bloqueio: 3 horas meia-vida curta; uso como terapia de ponte
Intervalo entre última dose e retirada de cateter: Retirar cateter antes da reintrodução do cangrelor
Intervalo entre punção e próxima dose: 8 horas
Intervalo entre retirada do cateter e próxima dose: 8 horas
– Antiplaquetárias – antagonistas GP IIa/IIIa(IGP)
– Abciximab (Reopro®)
Intervalo entre última dose e bloqueio: 24—48 horas
Intervalo entre última dose e retirada de cateter: 24—48 horas
Intervalo entre punção e próxima dose: Contraindicado por 4 semanas após procedimento cirúrgico. Dose inadvertida: 8-12 horas
Intervalo entre retirada do cateter e próxima dose: Contraindicado por 4 semanas após procedimento cirúrgico. Dose inadvertida: 8-12 horas
-Eptifibatide (Integrilin®), Tirofiban (Aggrastat®)
Intervalo entre última dose e bloqueio: 4 – 8 horas
Intervalo entre última dose e retirada de cateter: 4 – 8 horas
– Outras drogas antiplaquetárias (Inibidores da fosfodiasterase)
-Cilostazol (Pletal®), Dipiridamol (Persantin®)
Intervalo entre última dose e bloqueio: Cilostazol (2 dias), Dipiridamol (24 horas. Maior risco de sangramento se associado à aspirina)
Intervalo entre última dose e retirada de cateter: Retirar cateter antes da reintrodução do cilostazol
Intervalo entre punção e próxima dose: 6 horas
Intervalo entre retirada do cateter e próxima dose: 6 horas
– Terapia herbal – Ginkgo biloba, ginseng e alho
Recomendação: Não há risco adicional em uso isolado
Como eu faço minhas consultas pré-anestésicas?
Obviamente, não é novidade que eu faço as consultas de forma digital, portanto o primeiro passo é acessar o sistema em www.avaliacaopreanestesica.com , fazer o login e a seção “Nova APA” já abre automaticamente.
Na verdade, quando eu acesso pelo computador – minha preferência – eu já deixo a página de “Nova APA” salva nos ‘favoritos’.
E quando eu acesso pelo celular, deixo salvo na tela inicial como um aplicativo normal. Para isso, basta entrar no navegador, clicar no botão de compartilhar e depois em ‘Adicionar a Tela de Início’. Como nas fotos abaixo:
Depois das primeiras consultas, o preenchimento da ficha fica muito rápido, porque muitas informações ficam salvas e aparecem como preenchimento automático após digitar a primeira letra, nos campos: hospital, convênio, cirurgião, profissão etc…
Além disso, boa parte do questionário é respondido com um rápido clique.
E a cereja do bolo são os campos que podem ser pré-preenchidos. Nesses, você escolhe um texto padrão que costuma usar em caso de ‘negativo’. Por exemplo, quando o paciente nega alergias, comorbidades, procedimentos prévios, exame físico normal e até 5 opções de prescrições pré-anestésicas.
Depois de salvar a ficha, ela fica disponível na seção “Fichas Atendidas”, aí é só clicar no ícone ao lado do nome e dispor de várias opções: imprimir, baixar PDF, Termo de Consentimento (já preenchido automaticamente) e os Escores de Risco.
Rápido e Fácil!
Autor: Dr. Lécio Bourbon Filho
Médico formado pela Universidade Federal de Sergipe (2010)
Residência em Anestesiologia pela Universidade Federal de São Paulo (2013)